Ciência sem Fronteiras: Lucas Nobeschi

Encontrar novas realidades e enfrentar novos desafios fazem com que o aluno se desenvolva pessoalmente e profissionalmente. O Programa Ciência sem Fronteiras possui várias oportunidades para que o aluno da Mauá tenha essa experiência.

Fique atento aos editais do Programa e escolha um intercâmbio que ofereça a você uma oportunidade de se aperfeiçoar ainda mais, além de todo o suporte que a Mauá disponibiliza.

Para se inspirar, conversamos com o estudante de Engenharia de Produção da Mauá, Lucas Nobeschi, que está na Alemanha pelo Ciência sem Fronteiras, desde março deste ano, no curso de International Production Engineering, na Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg (FAU).

Blog da Mauá – Como está sendo a sua experiência em relação à hospedagem, ao ensino e à nova cultura?

Lucas Nobeschi – A cultura em si, para mim, não foi novidade, pois já havia feito intercambio na Alemanha em 2008, quando frequentei um colégio alemão durante um ano (equivalente ao meu segundo ano do colegial no Brasil), portanto a língua e a cultura eram dois aspectos com os quais eu já estava bem acostumado. A cidade em que eu fiz intercâmbio também fica próxima à cidade da minha universidade aqui, por isso tive facilidade em relação à minha moradia, como móveis e praticamente tudo que se precisa para uma casa, pela minha “família alemã” que havia me hospedado em 2008 e com a qual, desde então, mantive um relacionamento muito próximo. A Universidade foi a maior novidade para mim, é um ambiente bem diferente, assim como no Brasil também. A grande diferença aqui foi em relação ao tratamento com o aluno, que é muito impessoal. A maioria das minhas aulas é dada em grandes auditórios, com professores/palestrantes, que apenas discorrem sobre a matéria, e assim realmente aprender e entender a matéria é de responsabilidade 100% do aluno. Os professores não reconhecem os próprios alunos, pelo fato também da universidade ser muito grande. O aluno é responsável, inclusive, por fazer o pedido para realizar as provas da matéria que esta cursando, o que faz com que os alunos se tornem muito independentes e tendo todo o controle dos cursos que fazem, inclusive da ordem em que os fazem. Os laboratórios e toda a estrutura tecnológica, desde as salas de aula até auditórios e bibliotecas, são de impressionar. A Mauá não deixa a desejar nesse quesito. Aqui nunca encontrei uma sala sem toda a aparelhagem eletrônica imaginável e o mesmo acontece com os laboratórios, mas tenho que lembrar que essa universidade alemã é extremamente grande e oferece todos os tipos de curso, tanto de humanas quanto de exatas, além de ter sido fundada em 1743, o que garante a ela já uma grande experiência e prestigio.

Blog da Mauá – Quais foram as suas dificuldades?

Lucas Nobeschi – Minha maior dificuldade aqui é entrar em contato direto com os professores quando tenho algum problema. Todos os professores possuem assistentes que os acompanham em todas as aulas, então muitas vezes os alunos têm acesso aos assistentes e não diretamente aos professores. Apesar disso, ao final da aula, o professor nunca se nega a responder uma pergunta sobre a matéria, mas dúvidas sobre o curso dificilmente são respondidas por ele. Outra dificuldade aqui são os sistemas virtuais da faculdade que são muitos e distintos, sendo, no mínimo, cinco portais para que o aluno administre seus cursos e aulas, o que dificulta muito, pois sempre temos que olhar todos eles para saber se tudo está indo bem. Por exemplo, existe um portal para os cursos de línguas estrangeiras, um com os cursos que estamos cursando, outro em que são disponibilizadas as notas dos cursos e por ai vai.

Blog da Mauá – Qual é a diferença entre o estudo no Brasil e na Alemanha?

Lucas Nobeschi – Na Alemanha o conteúdo passado para o aluno é muito menor do que no Brasil. A matéria é praticamente passada para os alunos e só há uma prova por semestre de cada matéria, muitos alunos apenas decoram o conteúdo e passam. Na Mauá exige-se muito mais do aluno, os que não estudam realmente não passam e a técnica de decorar não funciona, o que garante aos alunos, ao fim do curso, um conhecimento maior. O clima de competição entre os alunos, na Alemanha, é muito maior. Ninguém se ajuda, pois já enxerga o futuro competidor no mercado de trabalho. A meu ver, isso prejudica muito o desenvolvimento do que esta sendo ensinado como um todo. Já no Brasil, os alunos estão sempre se ajudando e costumam fazer grupos de estudo juntos o que eu acho muito importante, porque incentiva o trabalho em grupo, coisa que por aqui não existe. Por outro lado, na Alemanha, principalmente nas áreas de exatas, vejo muitas possibilidades, tanto para pesquisa quanto para o desenvolvimento da carreira.

Blog da Mauá – Quais aprendizados você adquiriu e vai levar para sua vida?

Lucas Nobeschi – Com certeza levarei para o Brasil novos conhecimentos, pois na Mauá acabei de concluir o ciclo básico, portanto não havia tido contado com matérias muito específicas, coisa que aqui eu tive muito. O fato de poder comparar como as coisas funcionam aqui e no Brasil, me ajuda a encontrar melhorias para diversas situações. E ainda muito mais importante, será a riqueza e bagagem cultural e de conhecimento que levarei não somente para a área acadêmica e para o mercado, após me formar, mas também para a vida toda em todos os seus aspectos.

Blog da Mauá – Você incentivaria outros alunos a procurarem programas de intercâmbio? Por quê?

Lucas Nobeschi – Eu incentivo todos os alunos a realizarem, no mínimo, um semestre no exterior. Na Europa, isso é muito comum e em praticamente todos os cursos é obrigatório para a formação do aluno. Vejo essa experiência, não a minha em particular, mas o fato de se fazer um semestre em outro país, como formação de profissionais capazes de entender muito melhor o mundo em que vivem e com isso, encontrarem melhores soluções para qualquer tipo de problema.

Blog da Mauá – Como essa experiência vai ajudá-lo ser o profissional que você pretende ser?

Lucas Nobeschi – Com essa experiência, a decisão do profissional que eu quero ser no futuro, se tornou muito clara. Tornei-me uma pessoa muito mais tolerante e realista, consigo analisar o que precisa ser feito com clareza e agir diretamente na solução do problema. Também percebi que o aprendizado é infinito e não existem limites quando se tem determinação e esforço. O fato de eu estar aqui hoje, através do meu esforço e de minha capacidade, me deixa extremamente feliz e orgulhoso, tanto da minha família, meus amigos e de tudo que me trouxe até aqui, meu colégio e a Mauá também. O mais importante é que tudo isso evidencia minha capacidade e isso faz com que eu queira conquistar sempre mais e mais. E essa ambição positiva, que se baseia na teoria do esforço e da recompensa, levarei comigo para o mercado de trabalho.

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