É muito bom quando a nossa missão com os alunos é cumprida com êxito! 😀
A Mauá trabalha para formar profissionais que buscam obter excelência no que fazem, contribuem para o desenvolvimento da sociedade, ampliam os campos de atuação e desenvolvem muita inovação e tecnologia, tanto no Brasil quanto no exterior.
O BLOG da Mauá traz hoje um depoimento de Flavio Chuahy, ex-aluno do curso de Engenharia Mecânica da Mauá, que atualmente se dedica à construção de sua carreira em Engenharia Avançada por meio de um Doutorado nos Estados Unidos.
Inspire-se!
“Fui aluno de Engenharia Mecânica na Mauá de 2007 a 2011. Ao ingressar na Mauá, ganhei bolsa integral válida por um ano, pois fui o candidato com a melhor classificação no vestibular.
“A minha carreira sempre foi na área de Motores de Combustão Interna: na 4.ª série da Engenharia, iniciei um estágio na área de Combustão na MWM International. No ano seguinte, fui convidado a trabalhar na mesma área em outra empresa, a Cummins, mas já como funcionário efetivo, mesmo estando a um ano de minha formatura.
“Sempre gostei de pesquisa fundamental, uma coisa escassa no Brasil. Após me formar em dezembro de 2011, comecei a procurar oportunidades de trabalho fora do País, mas ainda não tinha a intenção de cursar Pós-Graduação, apenas trabalhar com Engenharia avançada.
“Consegui que uma empresa, subsidiária da Caterpillar (Electro Motive Diesel), financiasse meu visto de trabalho para os Estados Unidos (dica: fiz esse contato numa feira ferroviária em São Paulo, uma maneira fácil de ampliar o networking com as pessoas de fora, que podem ajudar você a conseguir uma entrevista. A área de combustão de motores é muito específica e pessoas com experiência são sempre muito requisitadas). Trabalhei dois anos na área de fluido, dinâmica computacional para desenvolvimento de sistemas de admissão, escape e sistema de pós –tratamento para emissões.
“A experiência de trabalhar numa área avançada de Engenharia nos EUA abriu a minha visão para as possibilidades, além da validade de se fazer um Mestrado. Comecei, portanto, a fazer o meu curso no Illinois Institute of Technology e, como parte da minha pesquisa, participei de um projeto de análise da influência da turbulência na progressão das reações químicas de combustão, em parceria com o Argonne National Laboratories, um dos maiores laboratórios de pesquisa dos EUA.”
“Após dois anos exercendo o meu cargo profissional, notei que a empresa não era suficientemente agressiva na parte de progressão de carreira. Para continuar nos EUA, resolvi deixar o trabalho e o Mestrado a fim de me dedicar a programas de Doutorado das melhores escolas na área de Combustão.
“Minha principal escolha (onde estou agora, inclusive) foi a University of Wisconsin – Madison. Entre as melhores escolas de Engenharia Mecânica do mundo, a UW destaca-se pela presença do Engine Research Center, um dos maiores (se não, o maior) laboratório universitário de motores do mundo. Extremamente prestigiado no ramo, o laboratório é comandado pelo Dr. Rolf Reitz, importante nome na área de combustão computacional, conhecido e reverenciado em todo o mundo.
“O processo de aplicação para o Doutorado é muito parecido para todas as escolas: deve-se fazer o GRE e o TOEFL, sendo o primeiro de matemática, lógica, escrita e interpretação de texto, e o segundo um teste de proficiência em inglês. Além disso, são necessárias duas ou três cartas de recomendação, tradução de todos seus históricos escolares e o principal, na minha opinião, statement of purpose: as escolas querem saber quais são os seus objetivos em fazer uma Pós-Graduação, principalmente Doutorado, e para conseguir o financiamento você deve ter uma visão extremamente clara do que espera extrair da experiência.
“As cartas de recomendação dos ilustres professores da Mauá, Otavio de Mattos Silvares e Roberto Peixoto, foram fundamentais para me aceitarem no programa. Infelizmente o Prof. Silvares faleceu antes que eu pudesse dar-lhe essa notícia, porém serei sempre extremamente grato por toda a sua ajuda.
“Fui aceito no programa de Doutorado para trabalhar no Engine Research Center (ERC), em setembro de 2014, 100% financiado pela Office of Naval Research, parte da Marinha Americana que financia projetos avançados de pesquisa. .
“Os programas de Mestrado e Doutorado aqui normalmente admitem alunos com base na disponibilidade de fundos para financiar seus estudos: sabendo que seria muito oneroso para o estudante pagar quase 50 mil dólares por ano a fim de obter um diploma, normalmente são aceitos apenas 1 ou 2 alunos por ano para PhD. Hoje sou financiado 100% e recebo um salário para cobrir os gastos de custo de vida.
“Meu advisor, Dr. Sage Kokjohn, convidou-me para fazer parte de um projeto da Marinha Americana, no qual estamos utilizando um processo de reforma a vapor ou de oxidação parcial do combustível do navio, que seria Diesel, para gerar uma fração de Hidrogênio e Monóxido de Carbono e , com a combinação do Diesel + Syngas (Hidrogênio + Monóxido de Carbono), é possível operar um motor num modo de combustão avançada chamado RCCI. Esse motor é, desenvolvido no próprio ERC desde a década passada. Sua eficiência é potencialmente maior do que a operação convencional, fazendo com que a geração de energia auxiliar nos navios da Marinha seja mais eficiente. Basicamente, consiste em usar a água do mar para decompor o Diesel em dois componentes de reatividades diferentes e usá-los para controlar o processo de combustão com mais precisão, a fim de ganhar eficiência. O entendimento mais fundamental da combustão do hidrogênio e monóxido de carbono é mais um dos objetivos do projeto, e que pode ser estendido para muitas outras aplicações.
“Em maio de 2015, tive a minha primeira publicação internacional como autor primário na conferência ILASS (Institute for Liquid Atomization and Spray Systems), além de ser coautor em mais duas publicações.
“Minhas recomendações para os alunos da Mauá que querem trabalhar com Engenharia: não se limitem ao Brasil, pois existem muitas oportunidades fora do País. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem inúmeras oportunidades para engenheiros com PhD, em áreas de pesquisa avançada na indústria, laboratórios nacionais ou mesmo na área acadêmica. Não é necessário querer seguir a área acadêmica para fazê-lo.
“Por fim, para trabalhar no ramo de Engenharia Avançada, o conhecimento que você adquire numa Pós-Graduação torna-se pré-requisito: o Mestrado e Doutorado vão habilitá-lo a quebrar as barreiras do conhecimento. São anos nos quais você aprenderá inúmeras coisas novas.”
Para saber mais sobre a pesquisa do Flavio, clique aqui. 😉
A distância entre o sonho e a realidade chama-se ATITUDE. E isso o nosso ex-aluno provou que tem de sobra! Parabéns, Flavio! 😀
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Boa noite,
Fui Estagiário na Divisão Técnica de Motores e Veículos da Mauá no fim da década de 1980, e sei como o estudo envolvendo motores À combustão interna é interessante. Meus professores na época foram Franco Brunetti e Fernando Windlin.
A matéria comenta também sobre a necessidade de saber-se a língua inglesa, o que digo ser realmente importante, pois devido ao Diploma de Engenheiro Mecânico pela Mauá e pelo meu nível de inglês fui empregado tempos depois na Engenharia de Manufatura da General Motors Brasil, no desenvolvimento dos processos de usinagem dos motores da família Corsa.
Desejo que o Flávio continue tendo sucesso nessa área, e queseja muito feliz nela!