Em 05 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, data marcada pela primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, mais conhecida como Conferência de Estocolmo, que aconteceu em 1972. Essa data tem como objetivo promover atividades de proteção e preservação do meio ambiente, além de alertar o público mundial e seus governos sobre os cuidados que devemos ter com o planeta e os impactos negativos da ação do homem sobre ele.
Falta de coleta seletiva e de opções de reciclagem, descarte inadequado do lixo, consumo exagerado de recursos naturais, uso de combustíveis fósseis, desmatamento, animais em extinção são alguns exemplos da negligência do homem em preservar os recursos naturais, por erroneamente acreditar que são fontes inesgotáveis. Esse consumo exagerado dos recursos, mais a perda constante de biodiversidade, poderão alterar consideravelmente o modo como vivemos atualmente, comprometendo, inclusive, nossa sobrevivência. Nasce, portanto, a necessidade de atividades e atitudes para reverter o quadro.
Pensando nisso, muitos profissionais do ramo da Engenharia Civil aderiram às construções ecológicas, solução atualmente muito estudada, que busca proporcionar qualidade de vida ao homem com o uso consciente dos recursos oferecidos pelo planeta, com base nos 3 Rs: reduzir, reciclar e reutilizar.
A Mauá conversou com o professor de Engenharia Civil, Hélio Narchi, para entender como essas construções contribuem com o meio ambiente. “Quando pensamos na implantação de uma construção ecológica, devemos considerar vários aspectos relativos ao meio ambiente, como a localização do empreendimento versus o tipo de projeto a ser realizado, mais a harmonia com a paisagem onde será implantado; além disso, não pode haver uma movimentação de terra excessiva, a obra não deve ser muito impermeável, nem muito asfaltada, nem com poucas árvores etc.
Na edificação, sempre surgem novos materiais que propõem diversas formas de obtenção de energia, redução do consumo de água, entre outros. Isso também é ecológico .”
Agora, como saber se a matéria-prima e os materiais utilizados são considerados ecológicos? Segundo o professor Narchi, “quando a sua obtenção tem pouco impacto ambiental e menor custo, considerando arrecadação, transporte, queima de combustível até a sua entrega etc., é ecológico. Quando deixamos de jogar fora, aproveitamos o material e economizamos em matéria-prima, estamos sendo ecologicamente corretos. Daí surgem cada vez mais opções de materiais, como: fibras com base no coco, fibra com base na garrafa pet, entre outros.”
Quando perguntamos sobre a energia desses empreendimentos, o professor Narchi afirmou que “ainda não existe produção em larga escala das placas fotovoltaicas (dispositivos utilizados para converter a energia da luz do Sol em energia elétrica). O seu custo ainda é alto, mas daqui a alguns anos isso deve mudar. A sua vantagem é gigantesca, pois economiza a energia obtida pelas hidrelétricas, termoelétricas e outras fontes.”
Sua esperança em ver as placas fotovoltaicas aprimoradas e produzidas em larga escala dá-se pelo histórico do aquecedor solar (desenvolvido para aquecer a água por meio da conversão da energia solar em calorífica), pois sua fabricação iniciou de forma parecida e hoje é muito usada em empreendimentos populares, por ter um custo baixo. Em meio à crise hídrica, essa e outras soluções e equipamentos que consomem menos água estão sendo desenvolvidos, com o objetivo de economizar nosso bem mais precioso, hoje já escasso em grande parte do planeta.
E como reaproveitar o lixo gerado? Para o professor, “o lixo das casas podem ser convertidos em adubo, mas não é tão simples. Além disso, a coleta seletiva no Brasil deve ser vista com um pouco de cuidado, pois, apesar de a população já participar da campanha, as prefeituras ainda não possuem a sequência de trabalho estruturada, impedindo, assim, que o ciclo ecológico realmente ocorra. Infelizmente, a maioria dos resíduos ainda é depositada em aterros sanitários. É algo que melhora a cada dia, mas ainda precisa de muito investimento.”
O professor finalizou a entrevista mencionando a preocupação dos alunos da Mauá com o meio ambiente. “Alguns Trabalhos de Conclusão de Curso da Mauá orientados por mim tratam de impermeabilização. Muitas áreas verdes foram asfaltadas e transformaram-se em centros urbanos num curto espaço de tempo. Com isso, a água da chuva não se infiltra mais no solo com facilidade, gerando os famosos alagamentos.
Hoje, os alunos desenvolvem projetos de compensação, ou seja, tendência que contribui com o meio ambiente por meio da retenção da água da chuva (exemplo: telhados verdes, retenções temporárias que ajudam no combate às enchentes, entre outros).”
Viu só? Há inúmeras possibilidades de contribuir com o meio ambiente e ainda viver de forma confortável!
Pequenas atitudes fazem uma grande diferença. Faça a sua parte: vamos, juntos, construir um mundo melhor! 😀
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