Ciência sem Fronteiras: Ana Luíza Stopanovski Becker

Esta é mais uma ótima história de uma aluna que resolveu sair da rotina e ampliar suas habilidades profissionais e pessoais. A experiência de estudar no exterior contribui para o crescimento e desenvolvimento de nossos estudantes, que vivem momentos de independência e de muitos estudos que trazem responsabilidades e os desenvolvem como cidadãos capazes de transformar o mundo.

Ana Luíza Stopanovski Becker está com 21 anos e é estudante da 4.ª série de Engenharia Química da Mauá. Desde 2013  prepara-se para viver um sonho: morar e estudar nos Estados Unidos.

Hoje ela está em Houston, Texas, numa jornada de um ano de estudos. O BLOG da Mauá entrevistou a aluna, que contou tudo sobre a adaptação ao novo país e a rotina que leva lá fora. 🙂

University of Houston

BLOG da Mauá: Por que decidiu participar do programa Ciência sem Fronteiras e por qual motivo escolheu os EUA como destino?

Ana Luíza: No início eu estava em dúvida sobre o programa, pois a minha formação seria postergada em um ano. Conversei com muitos professores e com os meus pais: todos disseram que valeria a pena, principalmente porque eu viveria uma experiência única em outro país e aprenderia muito sobre outras culturas. Não foi uma decisão fácil, mas me senti segura ao ver pessoas, que participaram do programa, entusiasmadas com a experiência e apoiando a minha participação. 

Sobre o país, posso dizer que foi a decisão mais difícil que eu já fiz.  Escolhi os Estados Unidos pelas oportunidades em minha área de estudos. Aqui eles têm ótimas universidades de Engenharia Química e são bastantes desenvolvidos nessa área. Estou agora na University of Houston, Houston – Texas. Cheguei na penúltima semana de agosto e vou ficar até agosto de 2015. Aqui o maior foco da indústria são óleo e gás, devido ao crescimento acelerado desses segmentos nos últimos anos.

Residência de Ana Luíza na University of Houston

Agora estou hospedada em um dormitório muito confortável, na universidade.  Tenho uma colega de quarto e a gente se dá super bem (ainda bem, dei sorte). Temos mais ou menos os mesmos gostos e gostamos de decorar o nosso espaço (tapete, quadros, mesinhas, cadeiras… Ela mora aqui em Houston e trouxe bastantes coisas dela), para a gente se sentir em casa.

BLOG da Mauá: Qual foi o processo para participar do programa?

Ana Luíza: O processo é bem longo, mas a Mauá realmente ajudou muito! Principalmente a Prof.ª Edilene, coordenadora do programa, e outros professores, que me esclareceram muitas dúvidas. Acho ótimo que a Mauá possa oferecer essa oportunidade aos alunos, porque é algo realmente fantástico. Não há como explicar; só vivendo para saber como a experiência é sensacional.

O processo começou em outubro/novembro de 2013, quando me inscrevi no site do Ciência sem Fronteiras e fiz a prova do Toefl (na ocasião era exigida uma nota mínima de 79 para vir aos EUA sem aulas de inglês). Eu já possuía a nota exigida do ENEM, pois realizei a prova antes de iniciar os meus estudos universitários. Fui homologada pela Mauá no fim de dezembro de 2013 e logo em seguida tive de fazer minha application no site do IIE (institute of International Education), instituição norte-americana que aloca os alunos nas universidades. Então, em fevereiro de 2014, a CAPES divulgou a lista de aprovados para receber a bolsa (com base na nota do Enem, Toefl e desempenho no curso).

Foi em maio que recebi a minha carta de aceite da University of Houston. Fiquei muito feliz com a notícia. Foi muito bom.

BLOG da Mauá: Como é o seu cotidiano e a adaptação com a nova cultura em que vive? 

University of Houston

Ana Luíza: Semanalmente, tenho 15 horas de aula. Eu passo o dia fazendo lição de casa ou estudando para alguma prova. Sempre há algo a se fazer. Almoço e janto todos os dias no refeitório da universidade. Além disso, tenho as tarefas domésticas, como lavar as roupas, entre outras.

Há tempo para passear? Sim, sempre há. Mas só se estiver com tudo em dia, o que é raro, pois sempre há um trabalho novo para entregar.

Sobre a cultura diferente, não é fácil. Na maior parte do tempo, é tudo muito parecido, mas há momentos em que a gente não sabe o que fazer. Então, sempre digo “desculpa, eu não sou daqui, qual é o jeito certo de fazer isso?”. Com o tempo,  fui- me acostumando e conhecendo pessoas que ajudam muito. Aqui em Houston, se você pergunta onde fica algum lugar, as pessoas não só apontam, mas te levam até lá se estiverem com tempo; são sempre muito atenciosas.

BLOG da Mauá: O aprendizado que obteve na Mauá está ajudando você nessa fase?

Ana Luíza: Ajudando muito! Estou quase me formando, então acabo usando tudo o que aprendi. E a Mauá com certeza deu base para que eu conseguisse acompanhar o curso daqui. No começo, sofri um pouco porque estou estudando em outra língua, mas com o tempo me acostumei. Faz pouco mais de três meses que estou aqui e não sinto mais dificuldade em entender os professores (vale ressaltar que eles são todos estrangeiros e cada um possui um sotaque).

Ana Luíza com outros alunos brasileiros no jogo de futebol americano da universidade

BLOG da Mauá: A metodologia de ensino é muito diferente aí? O que está estudando no momento?

Ana Luíza: Sim, muito diferente. Primeiro, quase não tenho aula, porém tenho muitos homeworks (que são difíceis) e tenho de estudar sempre. Na Mauá também se estuda muito, então já estava acostumada. A diferença é que aqui  tenho de fazer o que eles pedem, ou seja, não posso escolher o que vou estudar e em qual ordem. 

Os americanos são muito competitivos, porque a sua nota também depende da nota da sala. O sistema de notas é diferente aqui, pois algumas vão de 0 a 10, outras até 100, e elas são medidas de A até F (A para o melhor conceito e F para o pior). Mas a sua média final é dada pelo GPA, que varia de 0.0 a 4.0. GPA é a média geral de todas as suas disciplinas e as empresas normalmente contratam GPA > 3.0.

Aqui  estou cursando Operações Unitárias, Design para Engenharia Química, Introdução à Nanotecnologia e Economia aplicada a Processos Químicos.

BLOG da Mauá: O que essa experiência significa para você e o que espera de seu futuro profissional?

Ana Luíza: Significa muito;  estou amando viver tudo isso. Aqui as pessoas se relacionam de um jeito mais profissional e  espero levar isso para a minha vida. Também espero conseguir um estágio no verão, para poder usar tudo o que já aprendi e ter mais essa experiência em minha “bagagem”.

Houston – Texas

BLOG da Mauá: Você indica o programa Ciência sem Fronteiras para os alunos que desejam ter essa experiência?

Ana Luíza: Sem dúvida alguma. O programa é demais. Algumas pessoas pensam que é uma espécie de férias, mas adianto:  não é mesmo!  Passo a semana toda estudando e há muita coisa para se fazer. Mas a gente consegue ter uma vida razoável aqui e aproveitar tudo o que a universidade tem para oferecer.

 

Muito legal, Ana Luíza! A Mauá deseja muito sucesso a você! 😀

Alunos, inspirem-se! Experiências como a da Ana Luíza estão disponíveis pelo programa Ciência sem Fronteiras e vocês podem fazer parte disso. Conheçam as oportunidades de bolsa de estudos e aproveitem! 😉

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