Gisele Cavalcante dos Reis, caloura do curso de Engenharia da Mauá, ainda não teve tempo para desenvolver muitos projetos em nossos laboratórios, mas já aguardamos por importantes realizações dessa futura Engenheira Química!
Seguindo um ritmo natural de alguns estudantes, ela cursou, junto com o Ensino Médio, um curso técnico de Química, na ETEC de Ribeirão Pires, região do Grande ABC (SP). Cursou a disciplina Química na oitava série do Ensino Fundamental e, já na primeira série do Médio, num trabalho sobre profissões, descobriu que a Engenharia Química unia tudo de que ela gostava. O curso técnico foi importante para ter a certeza do que queria para o futuro e, hoje, sonha em ser Engenheira Química e trabalhar na área de Petróleo.
Gisele escolheu a Mauá pelo prestígio da Instituição e pela estrutura oferecida aos alunos. Hoje, espera aprender ao máximo e tornar-se o que sempre sonhou.
Projeto do TCC
Como o curso técnico da ETEC não exige estágio, os alunos precisam entregar um trabalho de conclusão de curso para serem aprovados, assim, o grupo da Gisele – ela e mais 2 pessoas – começaram a pensar no tema e no que iriam estudar.
Perceberam que um dos maiores problemas de reciclagem da cidade era o isopor. Além de ser difícil a coleta e a estocagem, não há um destino definido para este material.
A ideia inicial era transformar o isopor em uma massa, no estilo da já conhecida Durepox, por meio da adição de gasolina. Mas, os professores não aceitaram a proposta inicialmente, por entenderem não ser uma boa solução. Mesmo assim, os integrantes do grupo insistiram no isopor e perceberam que, por ele ser um poliestireno expandido, é sensível a alguns solventes orgânicos. Então procuraram um produto que possuísse estireno e descobriram a resina impermeabilizante.
Após vários testes com solventes para identificar qual deles poderia compactar o isopor, transformando-o em resina, chegaram ao solvente 2butanona. Após testes de proporção e adição de aditivos para aparência conseguiram obter um produto bem semelhante ao do mercado.
O produto final passou por testes de resistência, de temperatura, de absorção de água, de ataque de ácidos e de agentes microbiológicos, de viscosidade e de aderência, entre outros, apresentando comportamento igual ao produto comercial – e muitas vezes se saindo até melhor!
“Nós conseguimos montar um projeto para reciclar isopor que não gera nenhum outro subproduto. Estamos retirando um produto do meio ambiente e criando outro produto sem gerar resíduo! É um projeto simples que não envolve gastos de energia ou de água. É apenas solubilização.”, afirma Gisele.
Como o grupo achou que o projeto estava muito simples, desenvolveram estudo da viabilidade econômica dele, por meio de um fluxograma industrial, logística e previsão de custos. Com isso, determinaram um valor final para o produto, cerca de 10 reais mais barato que o comercial, para 900 ml.
12.ª FEBRACE – Feira Brasileira de Ciências e Engenharia
O professor-orientador do projeto incentivou-os a inscreverem o projeto na maior feira brasileira da área tecnológica, a FEBRACE, que aconteceu em março deste ano. Foram mais de três dias de avaliações e eles tiveram a surpresa de levar o primeiro lugar na categoria “Exatas da Terra”. Além do prêmio, receberam também um certificado de reconhecimento da ASM Materials Education Foundation, como uma das melhores exibições da feira.
65.ª Intel ISEF (International Science and Engineering Fair)
Como consequência da premiação na FEBRACE, o projeto ganhou participação em uma das maiores feiras do mundo, a Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel, que aconteceu no começo de maio, voltada para estudantes de até 20 anos de idade.
Antes de embarcarem para Los Angeles (EUA), eles passaram por 3 dias de workshop, para aprenderem como apresentar a metodologia científica e técnica do projeto em inglês. Nenhum dos três possui fluência na língua, mas conseguiram cumprir com o objetivo.
Foram para a Intel ISEF com mais 33 equipes do Brasil, das quais apenas o grupo deles e outra equipe representavam o Estado de São Paulo. Lá, o grupo passou por mais treinamentos e depois foram avaliados por juízes e pelo público durante dois dias.
“Foi uma experiência muito boa. Foi a primeira vez que viajei de avião e lá sentimos um reconhecimento muito grande, pois todos que passaram por nós interessaram-se bastante pelo projeto”, conta Gisele.
O projeto, no entanto, não foi classificado na final, mas todos do grupo receberam um certificado de reconhecimento por estarem entre os 50 melhores projetos das Américas!
Planos
Segundo Gisele, o grupo agora pensa em desenvolver mais o projeto e depois, até patentear a resina, que precisa de outros testes segundo normas da ABNT.
Para ela, a Mauá representa uma nova etapa, em que pretende conquistar novos prêmios e reconhecimentos.
Parabéns Gisele e boa-sorte! 😉
Quero aqui deixar a Gisele e todos que participaram os meus parabéns e sei que vcs estão sendo exemplos para muitos jovens, muita sorte nesta caminhada e acreditem sempre nos seus sonhos.
Muito obrigada a todo corpo administrativo e docente do Instituto Mauá pela ajuda e compreensão.