O último sábado foi um dia especial para a astronomia na Mauá. Das 9h da manhã até pouco mais de 17h, o auditório do segundo andar do prédio H foi palco de cinco palestras sobre Astronomia que abordaram temas como Big Bang, matéria escura, exoplanetas, satélites e a busca por vida fora da Terra.
Batizado de Dia da Astronomia, o ciclo de palestras trouxe até o Instituto pesquisadores e estudiosos para apresentar e discutir as mais recentes descobertas do meio, que está em destaque nos noticiários porque estamos no Ano Internacional da Astronomia.
Abrindo o Dia, o professor da Mauá Dr. Vanderlei Cunha Parro apresentou os palestrantes e sintetizou o sentimento dos presentes. “Trazer estes grandes palestrantes para a Mauá e poder conversar sobre teorias e descobertas de ponta é um privilégio”, afirmou.
A primeira palestra foi a do pesquisador Oswaldo Miranda, do CNPq. Criando um panorama do universo como conhecemos, a palestra tratou desde o Big Bang até a fase atual que o universo atravessa, onde Energia Negra é o maior ponto de interrogação da Astronomia atual.
O pesquisador foi aos poucos respondendo, sob o ponto de vista da astronomia, questionamentos milenares, como “de onde viemos” e “para onde vamos”. Um prato cheio para entusiastas da área dispostos a conhecer mais do que apenas conceitos. Oswaldo utilizou fórmulas, dados e seu grande conhecimento na área para apresentar a história do universo.
Após o começo entusiástico, foi a vez de Eduardo Janot Pacheco mostrar ao auditório os últimos avanços no descobrimento e estudo de exoplanetas. O especialista em astrofísica nuclear apresentou dados dos satélites CoRot (Convection, Rotation and planetary Transits) e Kepler em meio a questionamentos sobre a possibilidade de encontrarmos uma outra “Terra” habitável.
O pesquisador tratou pela primeira vez no Dia sobre bactérias extremófilas, capazes de viver e de se reproduzir em lugares inóspitos. A Profa. Dra. Cláudia Lage, da UFRJ, também falou sobre esse assunto.
Na sequência, houve a apresentação de Thyrso Vilella Neto, diretor de satélites aplicações e desenvolvimento da AEB – Agência Espacial Brasileira. Foi a vez de conhecermos em detalhes o Programa Nacional de Atividades Espaciais. Thyrso enumerou motivos para o Brasil investir na exploração espacial e falou sobre os próximos projetos da AEB, entre eles satélites científicos e meterológicos.
Após o almoço, Fábio de Oliveira Fialho, da Escola Politécnica da USP, falou sobre o CoRot em detalhes. Como Fábio participa dos estudos acerca do satelite científico, pôde explicar minuciosamente como ele opera na busca de novos planetas e no estudo sismológico de estrelas. Foi o grande momento técnico do dia. Uma oportunidade única de saber como um satélite desse tipo opera.
Fábio também falou sobre o PLATO (PLAnetary Transits and Oscillations of stars), que faz parte da nova geração de satélites científicos a serem enviados para o espaço. Uma evolução natural do CoRot, por assim dizer.
Na última palestra do dia, Claudia Lage, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (UFRJ) teve a difícil missão de falar sobre a busca de vida fora da Terra. Partindo do princípio de que “vida = organização contra o caos”, Cláudia falou sobre panspermia e enumerou bactérias extremófilas capazes de sobreviver em situações incrivelmente inóspitas.
Utilizando um de seus próprios projetos de pesquisa, Cláudia demonstrou como a bactéria deinococcus radiodurans é capaz de viver num meio com radiação como a presente no espaço e ainda se reproduzir.
E assim todos saíram do auditório com a cabeça fervilhando de novos conhecimentos.
Um dia cheio e proveitoso tanto para leigos quanto para quem buscava conhecer detalhes sobre um conceito moderno de astronomia. Um dia para se olhar para o espaço de forma diferente.
Acredito que deva ter sido fantástico! Pena que não pude ir…